O desprendimento nos faz pessoas livres para o Evangelho
Homilia Diária de 2 de julho de 2018.
Há necessidade do desprendimento, porque somos apegados, muitas vezes, às coisas superficiais
“Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás” (Mateus 8, 19).
Não basta querer, é preciso também adequar-se e dispor-se a seguir as exigências desse seguimento; e, neste quesito, muitos começam, mas ficam para trás, desistem, desanimam, porque o caminho do seguimento é exigente. É preciso desprendimento e renúncia, duas palavras que parecem pesadas e difíceis para o tempo em que vivemos, mas ninguém consegue nada na vida se não tiver desprendimento nem renúncia.
Aquilo que vem fácil também vai fácil. Aquilo que vem com luta e desprendimento tem valor, sabemos valorizar, sabemos de sua importância. Eu sei como é valoroso aquele que levanta de madrugada para trabalhar, eu sei da importância do estudante que se sacrifica e dá tudo de si para conquistar o que precisa. Sei que muitos que recebem as coisas de “mão beijada” não sabem dar valor e não entram na essência daquilo que têm e daquilo que precisam conquistar.
É exigência da vida, mas é também exigência do Evangelho. Por que o Evangelho exige de nós desprendimento e renúncia? Primeiro, porque o nosso coração precisa, de fato, passar pela via da purificação, pois seguimos Jesus para alcançá-Lo, seguimos Jesus para que o nosso coração tome lugar da morada de Deus e Cristo seja o único tesouro da nossa vida e do nosso coração.
Não seguimos Jesus simplesmente para olhá-Lo, admirá-Lo, seguimos Jesus para nos tornarmos Seus discípulos. Para ser discípulo de Jesus é preciso passar pela purificação da escola d’Ele.
Há necessidade do desprendimento, porque somos apegados, muitas vezes, às coisas superficiais. Apegamo-nos a nossa casa, ao que temos, a tantas outras coisas, mas não nos prendemos ao essencial que o Mestre vai nos dar, que é o amor evangélico. É com esse amor que vamos amar a nossa família.
O desprendimento nos faz pessoas livres para o Evangelho, livres para Jesus, livres para aquilo que precisamos realizar. Não é a liberdade que o mundo nos dá, mas a liberdade que o Evangelho nos dá para não permitir que o nosso coração seja escravo de nada nem de ninguém.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Material gratuito, extraído do site https://homilia.cancaonova.com/homilia.